Eu sempre me pergunto: a que ponto a crueldade humana pode chegar? Descobri agora que ela não tem limites.
Segundo notícia do G1, um bando de vândalos – com pseudônimo de “adolescentes” – invadiu uma escola no Paraná e, não contente em destruir a instituição, matou seis filhotes de cachorro que moravam na escola. Como? Os infelizes jogaram os animais contra um ventilador ligado.
Agora me digam: existe castigo pra esse tipo de gente?
Sim. Estou viva e continuo sendo uma das donas deste blog, que, aliás, ainda possui uma proprietária “fantasma”.
O Menino Jesus já nasceu – daqui a pouco ele morre de novo e ressuscita. E assim os cristãos seguem suas vidas. Esse pequeno nariz de cera serve para exemplificar que o sentimento de compaixão e carinho não necessariamente faz parte da raça humana.
Estava eu hoje a comer feito uma louca no shopping Pátio Paulista, aqui em São Paulo. Sim, é aquele que foi transformado numa mal-sucedida versão do Pátio Higienópolis. Vejam:
Ok, voltando à pauta. Enquanto eu, ao mesmo tempo em que comia, falava feito uma matraca – coisa rara –, comecei a ouvir uma pessoa gritar de maneira deselegante (e alguém grita de maneira charmosa?), chamando a atenção de TODOS na praça de alimentação. Desvio o olhar de minha interlocutora e me foco na cena. Um ser humano do sexo feminino berrava com o dedo em riste para uma funcionária da limpeza, alegando ter sido “atropelada” pelo carrinho que a moça empurrava para recolher os pratos sujos.
Com quase trinta anos, eu ainda me surpreendo com as pessoas. Uma mulher descontrolada, acusando uma funcionária de agressão. Vocês podem dizer: “Ué, qual o erro de alguém ao se defender de uma violência?”. Eu respondo: Nenhum! O que me chocou nessa história toda foi a maldade de um ser humano em acusar outra pessoa por algo que esta não fez. A funcionária apenas desviou o carrinho da mesa oposta à da “agredida”, para não encostá-lo numa pessoa que lá sentava. Consequentemente, o carrinho passou muito próximo à descompensada, que começou a xingar a funcionária como se não houvesse amanhã.
Não satisfeita, a infeliz foi falar com dois seguranças do shopping para reclamar do “absurdo”. Ah, não tive dúvida: larguei minha comida e fui até os dois homens para dizer o quão estapafúrdia era a história contada pela louca. Eles, sem autonomia para qualquer decisão, me pediram para fazer a “reclamação” por escrito no serviço de atendimento ao cliente do shopping. La fui eu.
Ao terminar toda a versão da bíblia – sou um pouco verborrágica -, contendo o que realmente havia ocorrido, me deparo com a débil mental que provocou o escândalo. Eu achava que já tinha ouvido o suficiente para um só dia, mas a dita cuja fez o favor de gritar aos quatro cantos que era “advogada e estava acostumada a fazer reclamações e petições”.
Só me arrependo de não ter dito a ela: “Querida, pega o seu diploma de Direito e enfia no cu, porque você não possui algo que jamais será lecionado na academia: educação e respeito pelo próximo!”.
Não. Não sou hipócrita, tão pouco tenho vocação para Madre Tereza de Calcutá. Mas existem coisas que qualquer ser humano com o mínimo de dignidade não é capaz de suportar. E eu, muitas vezes, tenho pena de alguns, tamanha a sua mesquinhez.
A saga não acabou. Parti de “defensora dos frascos e comprimidos” para “a mulherzinha que chora no cinema”. Fui assistir ao filme Sempre ao seu lado, com Richard Gere e Joan Allen.
O longa é a adaptação de uma tradicional história japonesa. Parker Wilson, interpretado por Gere, é um professor universitário, que ao voltar de uma viagem, encontra um cachorrinho abandonado. Depois de tentar achar o dono do animal, sem sucesso, a família do professor acaba ficando com ele. Hachi, o cãozinho, pertence a uma raça de muita tradição no Japão: os Akitas são cães milenares que têm como característica a lealdade fora do comum para com o dono.
E é o que acontece no filme. Durante os noventa minutos, Parker e Hachi constroem uma relação de amizade, afeto e lealdade. Desde a primeira aparição do filhote – em uníssono a platéia reagiu com um “Ooohnnnnn” – até a última cena, uma coisa é certa: você verá um belo exemplo de como a relação entre homem e cão pode ser melhor do que a do primeiro com sua própria espécie. Vide primeira parte deste post.