Seis e quarenta e cinco da tarde. Estou na Paulista e caminho rumo à escolinha. Aperto o passo. Caminho, olho pra trás, caminho, olho pra trás, caminh… ops! Tenho os pés cheios de fios. Que diabo é isso?
Não, não é uma cena de filme de terror dirigido pelo Zé do Caixão. Na verdade, foi surreal: me atraquei (a próclise é proposital para dar ênfase ao drama) com um rapaz que tocava guitarra em plena Avenida Paulista!
Juro que não usei drogas, nem estava dormindo – porque isso eu só faço na aula. Não vi o distinto-mancebo-guitarrista, enquanto olhava pra trás (sim, eu tenho mania de perseguição), e quase fomos nós três – ele, eu e a guitarra – para o chão.
Ok, isso não é um relato do dia em que encontrei o amor da minha vida, não. É só pra dizer que a “moda” dos músicos de rua chegou pra ficar em Sampa. Na Paulista, eles disputam espaço: tem saxofonista, violinista, flautista, violonista e o adorável guitarrista com quem me envolvi física e involuntariamente.
Na maioria das vezes, o som é precário e a melodia deixa a desejar, mas confesso que esta orgia cultural de São Paulo é algo bacana. Só não inventem de tocar funk, ok? Daqui a pouco vai ter gente com calça da Gang ou sem calcinha na porta do Metrô. Jesus, apaga a luz!
Neste vídeo, a banda faz um som em frente ao Conjunto Nacional:
Estes dois estão em outros pontos da cidade:
Ah, quanto ao rapaz da guitarra… Bom, ele só fez um “Cuidado, moça!”.
Tchau. Vou ali cortar os pulsos e já volto.
Cintia Santiago, que já dançou o “Créu”, na velocidade 5, e acaba de afundar a própria carreira.
Midcult 