Midcult

quarta-feira, setembro 15, 2010

Chega, Gaga

Filed under: bizarrice,Falta de noção,Música — Nádia Lapa @ 16:15
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Eu costumo dizer que Lady Gaga é uma grande enganação. Ok, algumas músicas são bacanas, dancantes… Mas alguém realmente acha que “Ale ale alejandro, Roberto e todos os nomes do alfabeto” é um primor? Sério? Outro dia li uma resenha numa revista importante comparando-a à Katy Perry e dizendo que esta (Katy) não era “revolucionária” como a primeira. Jura? JURA? O recado que eu tenho para os fãs histéricos de Lady Gaga é: vocês já foram apresentados à Madonna?

Bom, mas o assunto do post é outro. Miss Gaga foi a grande premiada do VMA, prêmio da MTV americana, no último domingo. Ganhou oito prêmios. E, como já foi visto em outras premiações, a moçoila apareceu com três figurinos diferentes. Na pele, um bronzeado artificial mal feito dava a impressão de que ela só tem se alimentado de cenoura desde o ano passado.

E uma das roupas usadas pela cantora criou polêmica. Era feita de carne. É, CARNE, dessa que você coloca um alhozinho para temperar, põe um ovo em cima e chama de “bife a cavalo”.

Além de absolutamente nojenta, a roupa é totalmente ridícula. Então, deveria ter uma razão de ser, certo? Eis a justificativa da cantora:

“Well, it’s certainly no disrespect to anyone that’s vegan or vegetarian….I, as you know, am the most judgment-free human being on Earth. However, it has many interpretations — but for me this evening it’s that if we don’t stand up for what we believe in, if we don’t fight for our rights, pretty soon we’re gonna have as much rights as the meat on our bones. And, I am not a piece of meat.”

Se nós não defendermos o que acreditamos, se não lutarmos por nossos direitos, em breve nós teremos tantos direitos quanto as nossas carnes? WTF? Sério, Gaga, essa carne deu indigestão.

Eu não sei, também, por qual razão as pessoas ficaram tão chocadas com a (não tão) nova maluquice. Afinal, ela já saiu na capa da Vogue japonesa (edição de setembro) vestindo só0 pedaços de carne:

E ainda acham que sou inédita, crê nisso?

Lady Gaga achou que estava arrasando, mas a PETA, associação de defesa dos animais, foi dura: “O bife é a carne em decomposição de um animal mal tratado, que não queria morrer, e depois de um tempo sob os holofotes, deve ter cheirado como carne em decomposição e ficado cheio de vermes”.

Delícia, hein?

Como se não bastasse, o Daily News entrevistou alguns açougueiros, que disseram não existir carnes nobres no “vestido” da cantora. Quer dizer, no final, nem de “filé” ela pode ser chamada.

4 Comentários »

  1. “I, as you know, am the most judgment-free human being on Earth.”
    Ai, como a Gaga me caaaaaaansa. Juro que acho essa adoração por ela bem imbeciloide.
    Beijo, Nadica 🙂

    Comentário por Tathi — quarta-feira, setembro 15, 2010 @ 16:48 | Responder

  2. Nadge,

    Não estou te odiando. Minha relação com a Gaga, na minha cabeça, continua sendo a da defesa de uma cantora cagada que todo mundo gonga. Essa adoração recente pouco me importa, em partes.

    Sobre as músicas dela, eu acho um pouco limitado demais achar que são só dançantes. Tá, você pode não gostar. Caguei. O que importa é que algumas passagens ou ideia são interessantes. To com preguiça de enumerar aqui. Outra, a sensação que é passada pela voz dela e pela forma como ela interpreta as coisas é interessante.
    Sobre o vestido de carne, além de lindo na capa da Vogue Japão, que eu já tinha visto, então não me choquei quando vi no VMA (e não me chocaria anyways), não deixa de ser original.

    Aí você pode dizer que a Madonna foi revolucionária antes dela. Tá, super concordo, amo a Madonna. Mas em 1984, quando ela cantou Like A Virgin no VMA. Ou quando gravou Erotica. Mas hoje ela é uma healthyfreak que canta batidões a la Timbaland, faz um show que é mais um espetáculo estilo Cirque du Soleil do que propriamente algo revolucionário, e adota filhos.

    O que mais eu aprecio da Gaga é que ela dá continuidade a um ciclo do pop que é de mudar as coisas, de chocar, quebrar barreiras. A moda é uma das ferramentas. Porque por mais que eu ame loucamente a Britney Spears, artisticamente ela é bem menos interessante do que pessoalmente (digo, vida pessoal).

    No fim, pra quem não consegue enxergar as letras das músicas como interessantes, o que eu peço é que enxergue que, politicamente, uma artista que sobe no palco vestida de Alexander McQueen e agradece o prêmio aos gays sendo aclamada pelo mundo é muito importante. É óbvio que ela não é a primeira. A própria Cher subiu no palco naquele dia e arrasou. Mas cadê a Cher? Ah é, ela ta fazendo uma plástica com a Madonna agora e padesando com a Lindsay Lohan.

    Tipo, sim, a Lady Gaga é revolucionária e não usa uma vida pessoal cagada pra isso. Ela trabalha.

    Comentário por Filipe Fasolin — quarta-feira, setembro 15, 2010 @ 17:16 | Responder

    • Todo mundo gonga a Lady Gaga, Fasô? Onde?

      O que me incomoda nesse aspecto específico (de usar roupa de carne) é essa necessidade de chocar. Você não pode simplesmente ir com uma roupa bonita? Precisa (tentar) chocar sempre?

      Quando eu falo de Madonna, estou falando exatamente daquela lá dos anos 1980. Cabala e Jesus Luz à parte, ela está há 30 anos arrasando, mesmo que seja na esteira daquela fama lá de trás.

      Eu não sou fã da Lady Gaga e não li/ouvi tudo o que ela disse nesses anos de carreira. Mas também não sou a pessoa mais mal informada do mundo. Então, digo e repito: ela não fez nada que me faça crer que ela é revolucionária. Ela é uma cantora pop. Adoro pop, ouço as músicas dela (algumas me irritam).

      Mas revolucionária, definitivamente, não.

      E ela é mal vestida. E o bronzeado dela é pior que Cenoura e Bronze.

      Comentário por Nádia Lapa — quarta-feira, setembro 15, 2010 @ 17:23 | Responder

  3. Quando eu comecei a ouvir Lady Gaga, todo mundo gongava. Foi isso o que eu quis dizer.

    A questão da roupa é meio que estabilizar o choque. Se antes ela aparecesse com aquele vestido Alexander McQueen, ela já chocaria. É também, para quem gosta de moda, uma questão de pura divulgação. A Björk para sempre será lembrada com aquele vestido de cisne. E o Marylin Manson para sempre como um freak constante. A Lady Gaga conseguiu quebrar essa barreira. Várias roupas que ela usa que são chocantes, não o são mais. Isso, para mim, é revolucionário. Ela conseguir chocar ainda assim, mais ainda.

    Eu acho a Madonna ótima. Super competente. Incrível ainda hoje. Um dos melhores shows que eu já vi na vida. Revolucionária? Hoje em dia? Zero. Este é o meu ponto. Ela tem o seu mérito, NESTE ASPECTO, no passado.

    Sobre as músicas, um dia eu me esforço pra te provar. Agora não tenho tempo pra esse grau de dedicação aqui hahaha.

    O bronzeado ta tenso. Mas ela tá linda com esse cabelo. E sério, ela revolucionou a moda. Isso é inegável. Qualquer pessoa que acompanhe moda sabe que ela inspirou diversos estilistas como Marc Jacobs, Alexander McQueen, Giorgio Armani, dentre outros. Ela trouxe tendências de volta, como ombreiras e renda. E é reverenciada por Carine Roitfeld (que apareceu vestida como ela) e Anna Wintour (que pediu pra ela cantar no baile do MET).

    Sim, revolucionária.

    Comentário por Filipe Fasolin — quarta-feira, setembro 15, 2010 @ 17:37 | Responder


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